segunda-feira, 7 de março de 2011

Rumo para a Morte

Saudades do tempo que deixei cair
Como migalhas do que devorava
Sem realmente saciar.
E as muralhas que ergui
Quando nao precisava de proteção
Só me isolaram do que verdadeiramente
Queria alcançar.
O horizonte que desenhei no firmamento
Sempre foi visão turva e ingénua
Do que devia ter como objectivo.
E tu ficas-te sempre a ver
Se eu olhava.
Nada disses-te
Nem tentas-te
Impedir os meus erros.
Limitas-te te a observar
A minha auto-destruição
Bem patente no meu leve
E derrotado sorriso.
Ficas-te à espera,
Em profundo silêncio e trsiteza
Por testemunhares a minha morte,
No teu abismo, que eu me virasse
Para trás por te sentir cair
A cada passo que dava no sentido oposto.
A minha marcha começara com o aniquilamento
Da esperança.
Sem ela podia ser livre.
Nada querer, nada esperar.
Só livre.
E no entanto para ti,
Presa na gravidade do teu abismo
Era tudo o que tinhas.
Mas, se houvesse um "mas",
Todos os homens seriam capazes
De ver as suas costas,
Todas as mulheres teriam
Uma corda de segurança
E todos escolheriam o rumo perfeito
Para a sua morte.

1 comentário:

  1. se eu tivesse o teu jeito para escrever, era grande sortuda :D muito bom

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